terça-feira, 28 de julho de 2015

O mundo e suas obrigações sociais me irritam.


Há 11 dias sofri um acidente. Estava de moto com meu primo quando ele perdeu o controle da direção, derrapou na pista e bateu no canteiro. Com o impacto, fui arremessada para o outro lado da pista. Tive várias escoriações pelo corpo e uma luxação no joelho que agora é uma suspeita de lesão no menisco direito. Já tive uma lesão no esquerdo em 2000 e sei bem como é e como será a partir de agora. Sem dançar, sem trabalhar, dependente dos outros pra quase tudo. Pra um ser anti-social como eu isso já é difícil. Sendo bailarina, isso só piora. Não suporto visitas indesejadas e suas perguntas inconvenientes. Amigos, esse sempre são boas companhias. Só não dá pra colocar um segurança na porta da casa dos meus pais pra decidir quem entra e quem não. E sou obrigada a passar muito tempo aqui, já que moro sozinha e não posso me movimentar. Tenho que cumprir o tal repouso absoluto pra ajudar no tratamento e porque sinto dores quase insuportáveis. E de dor eu atendo. Tá tudo muito confuso, muito difícil e estou tentando ser forte e não me abater. Não está sendo nada fácil. Não mesmo. E agora seria aquele momento em que digo a solução, ou que vai ficar tudo bem, ou coisas positivas. Mas sou eu. e não quero dizer mais nada.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

eu não suporto



“Arranca metade do meu corpo, do meu coração, dos meus sonhos. Tira um pedaço de mim, qualquer coisa que me desfaça. Me recria, porque eu não suporto mais pertencer a tudo, mas não caber em lugar algum.”
— José Saramago.  

"Quando suas pernas não estiverem do jeito são agora..."

"Quando as pernas não se parecem com eles costumavam antes E eu não posso varrê-lo fora de seus pés Será que a sua boca ainda me lembro do gosto do meu amor Será que seus olhos ainda sorriso de seu rosto "



Vontade de dançar, vontade de estar com você. Vontade de fazer tudo que o acidente não me permite fazer. Dói o corpo. Dói o coração. Dói não aceitar a condição atual em que me encontro. Ter fé e sorrir. Difícil. 


domingo, 5 de julho de 2015

Quero ir


São filmes novos, filmes antigos. Novos e antigos amigos. Dias, horas, sorrisos, músicas. Tantas coisas.  É a vida acontecendo. A vida não pára. A dor não pára. O amor não pára. Tudo tem sido estranho, cruel. Eu tento ficar bem. Tento parecer bem. As vezes até consigo. Mas no final do dia, só sinto um imenso vazio. Como se estivesse vivendo uma mentira. Porque? Pra que? Não encontro sentido. Apenas continuo chorando e suportando, a dor e a saudade. É tudo superficial, e não é nenhum paraíso. A certeza ainda é a mesma, não quero ficar.