sábado, 3 de janeiro de 2015

Até em sonhos...



“A gente podia se enxergar na rua, nos muros descascados, nas flores meio pisadas, escondidos no meio da multidão. Em tudo, a gente era capaz de se lembrar. E pra qualquer um que via de fora, era um romance mais que desejável. Um romance mais que encantador. Mas eu daria uma bala de prata para quem descobrisse o quanto era difícil. E meus coração aos prantos, a quem me ajudasse a dormir sem sonhar. Pois até em sonhos, a gente se lembrava. Eu tinha dúvidas se ainda sabia ser eu. […] Sem enxergar os canteiros de flores miúdas, sem me importar com o horizonte que escurecia e clareava como uma piada sem sentido. Eu tinha pavor de não saber viver sozinha. Eu me queria de volta e sabia que era para nunca mais. Eu e a poesia. Mas ninguém percebia.”
— Mariane Cardoso.

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