quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Save me


A noite está só começando e eu continuo aqui, com meu pijama de borboletas e minhas meias quadriculadas. Eu sei que não combinam. Só minha mãe que não sabe. Vinhe e seis dias após o acidente, começo a me sentir horrível. Há alguns dias minha mãe foi a minha casa buscar algumas coisas, e trouxe várias peças de roupas que não conversam entre si, nenhum dos meus produtos de limpeza facial, nem minha maleta de maquiagem. Tá certo que não vou a lugar nenhum, então não preciso da maleta. Mas só porque na minha bolsa tem um kit básico, que de tão básico, está sem meu apontador duplo, e a ponta do meu delineador já se foi. Normalmente as pessoas não acreditam na minha idade porque eu me cuido, e não por milagre. Gosto de fotografar sem filtro e sem make, mas pra isso cuido da minha pele. Ou cuidava. Sim, tô estressada. Não posso andar, não posso dançar, não posso beber e não posso ficar sozinha lá na minha casa, na minha cama, olhando para os meus cactos na janela. Minha alergia gosta daqui, e já veio me visitar. Só quero ir pra casa. O tempo está passando e eu me vejo aqui, parada no tempo, surtando. Posso ter exagerado nas feminices, mas sou eu. Sou exagerada. E para piorar estou há 26 dias longe da civilização. Queria ter alguém a quem eu pudesse gritar por socorro. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário