quarta-feira, 15 de junho de 2016

Cicatriz


Marcas. Manchas. Machucados. Arranhões.
Decepções. Traições. Mágoas. Mentiras.
Ficam gravados, na pele, no corpo, co coração, na alma.
Marca de vacina no braço direito. Marca dos dentes do cachorro que me mordeu na infância no braço esquerdo. Cicatriz cirúrgica no joelho esquerdo. Cicatriz de colecistectomia no abdômen. Essas são as minhas. Cada uma com uma longa história pra contar. Meu corpo guarda essas histórias. Algumas me deixaram mais corajosa, outras mais forte, outras me ensinaram a ter fé e a superar receios e traumas. De nenhuma delas sinto vergonha. 
Difícil é conviver com as marcas invisíveis aos olhos. Marcas e cicatrizes que muitas vezes "não se fecham, não se curam", como diz a música. E sempre que você acredita que estão fechadas, elas se abrem e voltam a sangrar, a doer. Algumas doem o tempo todo. 
Quando me perguntam 'Você vai ter coragem de usar biquíni e ir a praia com essa cicatriz na barriga', penso que, quanto a isso, não tenho dúvida. O que falta as vezes, é coragem para voltar a aquela praia que te traz lembranças que trazem dor. Sempre será mais fácil conviver com a dor física do que com a dor na alma. 
Mas isso, é assim pra mim. Se as tuas marcas ou cicatrizes te incomodam, não te deixe que ninguém te diga o que deve ou não sentir. Seja fiel ao que sente, a tua essência. E procure sempre o teu melhor, ser melhor. Pra você. Não para os outros. 
Seu corpo, sua vida, suas regras.

"Muitas cicatrizes de ontem se tornaram a força e a sabedoria de hoje. Nossas maiores histórias são contadas através das cicatrizes da alma." R. Carvalho

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