segunda-feira, 24 de março de 2014

Perdida


Gostava de ler pra você tudo o que eu escrevia acreditando que minha voz ficaria em sua mente sempre que você fosse ler sozinho. Que se lembraria da minha voz e do meu jeito de falar. Queria a calma que você me passava. Bem diferente do que sinto agora. Não queria sentir o gosto amargo das lágrimas, nem essa forte dor em meu peito. Queria sentir seus dedos deslizando entre meus cabelos e acariciando minha nuca. Quero fugir de mim. Quero correr pra longe dessa vontade de estar contigo. Quero teus braços, abraços, aconchego, sossego. Me sinto cada vez mais inconstante. Preciso de um gole de calma e paciência. Esquecer essa ausência. Seguro o telefone, mas não tenho coragem de perturbar tua paz. Choro. Recordo. Recrio momentos. Esse amor ainda tão vivo, tão aceso dentro de mim. E eu tão pequena. Amedrontada. Encolhida no canto. Não encanto mais.
Só quero maracujá pra me acalmar e lentamente adormecer.

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