segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Ausência imensa


Estava tão cansada. Tão cansada. No meio do redemoinho, dentro do furacão, muitas palavras pronunciadas, palavras que não ousava ouvir juntas em uma mesma frase. Palavras que ainda ecoam em minha mente. Não importa o quanto eu queira ignorar e esquecer, eu continuo ouvindo. Queria poder gritar, fugir, desaparecer, adormecer, virar pó, qualquer coisa. Qualquer coisa para não ficar aqui, me afundando devagar nesse abismo negro de lágrimas amargas e tristes. O chão já estava cheio de rachaduras, se abriu sob meus pés. O nó na garganta, arde, queima. Delírios e alucinações. Não diferencio noites de dias. As flores estão morrendo, o jardim secando. Não consigo respirar. Os olhos ardem. O abraço que negamos afogou a minha fé em dúvidas. quem te dirá que vai ficar tudo bem? Quem vai segurar tua mão? Quem não vai deixar você desistir dos teu sonhos? Quem acalmará teu coração? Tolices. Sempre haverá alguém. Você nunca estará sozinho. Sou eu que durmo na mesma cama que a memória e a saudade. Ilusões perdidas. Sonhos inúteis. Queria que o amor acabasse. Porque tem que ser pra sempre? Até quando vou ficar olhando nossas fotografias? Até quando vou esperar o telefone tocar? Até quando vou me preocupar contigo? Até quando vou orar por ti antes de dormir? Até quando? Para sempre. Para sempre. Para sempre. Amor sem fim. Raiva inexistente. Ausência imensa.

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