Eu ando tão sensível. Precisando tanto assim de uma palavra suave, de um gesto inesperado e belo. Você consegue me surpreender de um jeito bom? Diz que sim, preciso tanto de você. Que coisa louca essa: A gente precisa de alguém... Ando meio fora dos trilhos, se é que você me entende... Palavra é a coisa mais séria que existe na minha vida. Por favor, não me engane. Por favor, não me enrole. Por favor, não minta... Não faça com que eu perca essa pureza. Entende? Dar a palavra é assinar um contrato imaginário: Minha alma não vai ferir a sua. Por favor, dê valor para as suas palavras.
Se você ainda não leu, leia. Esse é só um trecho de mais um post perfeito do Ique. E como sempre, me identifiquei muito. Esse blog continua lindo e eu recomendo.
Não sou do tipo consumista, mas sinto que depois dos 30 tenho mais contas a pagar. Me conheço bem o suficiente para saber o que me é útil e o que é fútil. Acumulo sentimentos, coisas não. Compro mais livros que maquiagens. Aceito minhas manias e tento conviver bem comigo mesma. Morar sozinha é uma experiência que todos deveriam ter. Continuo amando estar de salto, mas sei a hora de descansar meus pés. Brigo menos com meu cabelo e com meu espelho. A sinceridade continua afiada e a paciência em falta. Continuo ansiosa, instável e indecisa como aos 15 anos (ou desde sempre). Quer me irritar, é só mexer nas minhas plantas. Esse não foi o melhor ano da minha vida, também não foi o pior. O acidente que me impede de voltar a dançar e andar normalmente me pegou de surpresa. Mas a vida é sempre assim. É preciso estar sempre me readaptando. Minha sensibilidade exagerada me persegue, mas aprendi a disfarçar. O tempo ao lado do meu filho é cada dia mais bem aproveitado e estamos sempre descobrindo mais coisas em comum. Vejo mais poesia na natureza do que nos livros. E pela primeira vez não fiquei estressada na semana do meu aniversário. Ah, Balzac... muitas coisas ainda não foram escritas. Enfim, amanhã eu vou acordar e já aprendi que nada vai estar diferente, só a resposta pra quando me perguntarem quantos anos eu tenho.
Ela não nasceu para amar. Ela não nasceu para ser amada. Ela apenas nasceu. Ela apenas encanta e desencanta. Ela apenas tenta e tenta, mas como pode uma flor nascer onde nada nasce, se na verdade no inverno quase tudo morre.
Esse post é lindo por inteiro, e eu recomendo a leitura. Escolhi esse trecho por usar um código parecido. Pode parecer estranho (assim como tudo que digo e escrevo), mas mesmo com todas as tempestades, pontos, vírgulas, lágrimas e despedidas... Ainda completamos a frase um do outro. Difícil explicar o que sinto quando isso acontece, mas como sempre... Sinto muito.
O link para o blog do Ique tá aqui em baixo. Leiam ouvindo a música!
A noite está só começando e eu continuo aqui, com meu pijama de borboletas e minhas meias quadriculadas. Eu sei que não combinam. Só minha mãe que não sabe. Vinhe e seis dias após o acidente, começo a me sentir horrível. Há alguns dias minha mãe foi a minha casa buscar algumas coisas, e trouxe várias peças de roupas que não conversam entre si, nenhum dos meus produtos de limpeza facial, nem minha maleta de maquiagem. Tá certo que não vou a lugar nenhum, então não preciso da maleta. Mas só porque na minha bolsa tem um kit básico, que de tão básico, está sem meu apontador duplo, e a ponta do meu delineador já se foi. Normalmente as pessoas não acreditam na minha idade porque eu me cuido, e não por milagre. Gosto de fotografar sem filtro e sem make, mas pra isso cuido da minha pele. Ou cuidava. Sim, tô estressada. Não posso andar, não posso dançar, não posso beber e não posso ficar sozinha lá na minha casa, na minha cama, olhando para os meus cactos na janela. Minha alergia gosta daqui, e já veio me visitar. Só quero ir pra casa. O tempo está passando e eu me vejo aqui, parada no tempo, surtando. Posso ter exagerado nas feminices, mas sou eu. Sou exagerada. E para piorar estou há 26 dias longe da civilização. Queria ter alguém a quem eu pudesse gritar por socorro.
"Você precisa deixá-la partir, precisa dizer que não a ama e não vai amar nunca. Que não importa quantas madrugadas vocês passem juntos, amor não nasce da persistência. O tempo de vocês já expirou. Mesmo nas noites mais solitárias, nas madrugadas mais frias, você precisa parar de usar essa pessoa como preenchimento da sua personalidade oca. Deixá-la partir é o mais próximo que você pode chegar de retribuir todo o amor que essa pessoa te dedicou." Andréa Romão
Sei que estão sempre atentos as minhas sugestões, então a leitura que indico pra vocês hoje é desse texto que postei um trecho aqui em cima. Ele dispensa qualquer comentário meu. O link do site tá aqui em baixo. Vale a pena ler!
Sei que muitos dos leitores do blog vieram do tumblr e continuam comigo nos dois. Agradeço muito a companhia, o carinho e a compreensão de vocês. Nem sempre consigo me fazer presente nos dois, mas respondo cada e-mail, comentário e recado que deixam. Sei que sempre sabem onde me encontrar. Fiquem a vontade e voltem sempre!
E pra quem ainda não conhece e não viu o endereço aí na lateral, é só clicar no link aqui em baixo!
Não acredito que ainda exista a possibilidade de ser plural. Derrubar o muro que construi e sustento por tanto não parece opção. Venho aperfeiçoando técnica para afastar e manter bem longe qualquer um que tente se aproxime. Sempre me lembrando que "se não vai dar certo, pra que tentar?". recusar e ignorar tentativas de aproximação. Talvez eu devesse colocar uma placa escrito: cuidado, veneno. Acho que combina. Se quer se envolver, se arriscar, se apaixonar, não se aproxime. Não sei lidar com isso. Sou mais espinho que flor. Não se engane. Não vale a pena tentar juntar meus pedaços. Insistir e desistir são palavras muito parecidas. Não fui sempre assim. Nem sempre pensei assim. Só deixei de acreditar.
Eu choro nas noites em que te faço rir e choro nas noites em que fico ao teu lado até você dormir. Te faço companhia daqui da minha solidão até você dormir sorrindo. Alivio tua dor enquanto você não pode ver minhas lágrimas. Enquanto você não vê, o travesseiro guarda minhas dores. E eu continuo aqui, em silêncio por dentro e cheia de palavras doces nas pontas dos dedos.
Eu sempre gostei de viajar. Quanto mais longa a viagem, melhor. Observar a paisagem mudar, as placas na rodovia, as pessoas com seus diversos desejos de chegar, de voltar, buscar e fugir. Viajar.
Minhas mochilas são minhas bolsas preferidas. Tenho uma escova de dentes em cada necessaire. E vários produtos em miniatura pra economizar espaço, já que só carrego o que suporto carregar. Comecei a viajar ainda criança e já errei muito carregando peso desnecessário.
Também já me mudei diversas vezes. Se não perdi as contas já foram quase vinte casas. Já tive vizinhos incríveis e vizinhos insuportáveis. Vários colégios. Muitas histórias. Conheci um hippie que pra agradar a esposa tentou se fixar em uma cidade. Ele era uma das pessoas mais inteligentes que já conheci. E em poucos meses convenceu a esposa e o filho que a estrada era o melhor lugar pra se viver. Aprendi muito com ele. e nunca mais o vi.
Eu gosto de não saber o que me espera na próxima curva da estrada. O mundo é grande demais pra passar a vida num lugar só.
É bom ter um lugar pra voltar. Amo minha cama, mas a estrada sempre me atrai.
Vou continuar sonhando que em breve minhas pernas vão estar funcionando e vou poder cair na estrada novamente.
teat cena de peça em que o ator, achando-se só, fala consigo mesmo ou se dirige ao público, expressando seus pensamentos, as lutas interiores do seu espírito etc.
2.
teat peça escrita para um único personagem; monodrama.
Insuportável. Essa deve ser a palavra que quem me ouve e quem me lê usa para me definir.
Como suportar alguém que está sempre falando sobre esse amor infinito que só ela sente e acredita?
É, sou insuportável. Eu sei.
As pessoas que me "suportam" são as mesmas que assistem filmes e séries repetidamente, decorando falas e não se cansando dos personagens. Essa é a única explicação.
Não é que eu não entenda ou não aceite um fim. É que não tem fim. Não acabou. É amor. Não acaba assim.
Eu não sou do tipo que sabe recomeçar.
Eu não posso mudar uma descrição que ainda é verdadeira. Ou apagar uma declaração porque ninguém vai ler ou se importar. Eu sinto. Eu me importo. Eu amo.
É a minha história.
“E se você odiar a minha história, desculpe, ela não foi escrita pra você.”
“O banco da praça conhece as histórias de amor de todo mundo.”
— Renascendo
Por diversas vezes, voltei ali, Sentei na praça e fiquei observando as árvores, o céu, as folhas no chão, o tempo. Por diversas vezes, voltei. Voltei a minha procura. Sim, procurava a menina encantada por um amor tão perfeito, procurava a menina que havia encontrado tudo o que precisava para seguir em frente, procurava você. Por diversas vezes passei horas sozinha a espera de tudo e a encontrar o nada. Eu sabia que era só o que encontraria, mas sempre voltava. Sei que jamais estará lá a minha espera, mas hoje tudo o que eu queria, era poder caminhar até a nossa praça e esperar você chegar sorrindo.
Há 11 dias sofri um acidente. Estava de moto com meu primo quando ele perdeu o controle da direção, derrapou na pista e bateu no canteiro. Com o impacto, fui arremessada para o outro lado da pista. Tive várias escoriações pelo corpo e uma luxação no joelho que agora é uma suspeita de lesão no menisco direito. Já tive uma lesão no esquerdo em 2000 e sei bem como é e como será a partir de agora. Sem dançar, sem trabalhar, dependente dos outros pra quase tudo. Pra um ser anti-social como eu isso já é difícil. Sendo bailarina, isso só piora. Não suporto visitas indesejadas e suas perguntas inconvenientes. Amigos, esse sempre são boas companhias. Só não dá pra colocar um segurança na porta da casa dos meus pais pra decidir quem entra e quem não. E sou obrigada a passar muito tempo aqui, já que moro sozinha e não posso me movimentar. Tenho que cumprir o tal repouso absoluto pra ajudar no tratamento e porque sinto dores quase insuportáveis. E de dor eu atendo. Tá tudo muito confuso, muito difícil e estou tentando ser forte e não me abater. Não está sendo nada fácil. Não mesmo. E agora seria aquele momento em que digo a solução, ou que vai ficar tudo bem, ou coisas positivas. Mas sou eu. e não quero dizer mais nada.
“Arranca metade do meu corpo, do meu coração, dos meus sonhos. Tira um pedaço de mim, qualquer coisa que me desfaça. Me recria, porque eu não suporto mais pertencer a tudo, mas não caber em lugar algum.”
"Quando as pernas não se parecem com eles costumavam antes E eu não posso varrê-lo fora de seus pés Será que a sua boca ainda me lembro do gosto do meu amor Será que seus olhos ainda sorriso de seu rosto "
Vontade de dançar, vontade de estar com você. Vontade de fazer tudo que o acidente não me permite fazer. Dói o corpo. Dói o coração. Dói não aceitar a condição atual em que me encontro. Ter fé e sorrir. Difícil.
São filmes novos, filmes antigos. Novos e antigos amigos. Dias, horas, sorrisos, músicas. Tantas coisas. É a vida acontecendo. A vida não pára. A dor não pára. O amor não pára. Tudo tem sido estranho, cruel. Eu tento ficar bem. Tento parecer bem. As vezes até consigo. Mas no final do dia, só sinto um imenso vazio. Como se estivesse vivendo uma mentira. Porque? Pra que? Não encontro sentido. Apenas continuo chorando e suportando, a dor e a saudade. É tudo superficial, e não é nenhum paraíso. A certeza ainda é a mesma, não quero ficar.
Sim. Também vou. Cansei de ficar no porto vendo você se afastar. olhando o mar se agitar e se acalmar.
Sim. Também vou. Não irei atrás de você. Isso não. Vou entrar no meu pequeno barco e me perder na imensidão. Deixar a correnteza me levar. Vou de olhos fechados. Não por confiar demais, mas por não ter no que, nem em quem confiar. Nada mais importa. Deixo o mar levar. Me deixo. Me perco. Me entrego. Fecho os olhos. E vou.
Acredita ou não é muito relativo. Não sou ligada a astrologia, não leio horóscopo (não mais). Mas entre um blog e outro, sempre me identifico com algum detalhe. Nesse em especial, com muitos detalhes.
"As pessoas de Libra são regidas por Vênus e, apesar de serem filhas do ar, amam os relacionamentos, o amor e a vida a dois. Na verdade, Libra nasceu para casar, para ver-se refletido no outro, e viver tudo o que tem direito em um relacionamento. Amam a vida a dois e tudo o que ela traz de melhor. Não gostam de brigas e de enfrentar dificuldades e, na verdade, não foram feitos para isso. Não pensam em ter filhos, mas no casamento pensam desde muito cedo. Libra é um signo de tradição, apesar de não demonstrar muito. Homens e mulheres de Libra sentem-se melhor casados do que solteiros, e o que mais esperam da vida é que ela seja generosa com eles nos relacionamentos. Normalmente, possuem o dom de atrair o sexo oposto e podem até ter seus casos amorosos passageiros, mas quando encontram o seu verdadeiro amor fazem de tudo para a relação terminar no altar."
Em meio a tantas dores, lágrimas, saudades, sorrisos e um imenso e desmedido amor, estou me sentindo mais que metade. Aprendendo a me sentir inteira. Aprendendo. Processo lento. Difícil. Mas estou tentando. Persistir. Insistir. Talvez o tempo não esteja a meu favor. Talvez ele acabe antes que eu entenda a razão e o porque de tudo. Talvez. Mas o hoje existe, e eu aqui estou. Caindo, levantando, me arrastando, mas estou. Vivendo no singular e rejeitando instintivamente toda forma de plural. Não. Não digo que me basto. Nem quero ser ou me sentir assim. Me tornei indiferente a muitas coisas, isso não nego. Demonstrar minha sensibilidade já me deixou muitas cicatrizes e a maioria delas ainda doem, muito. Isenção de afetos? Impossível. Continuo sendo amor da cabeça a ponta dos pés. Minha depressão incontrolável agora tem minutos de suavidade. Continuo menina, continuo mulher. As duas andam de mãos dadas em suas ansiedades e exageros. Continuo deixando pétalas de flores no caminho. Continuo encontrando flores onde a maioria só vê arame farpado. continuo amando. Porque nasci beija-flor.
Em meio a sonhos e pesadelos vejo você. Durante o dia, chego a sentir teu cheiro. Maldito ou bendito é o vento que brinca comigo desse jeito. Você me chama e eu rapidamente me transporto para o nosso mundo. Te protejo e te cuido e espero você adormecer enquanto te envolvo em meus braços. Te aperto forte e te sinto meu. Deitados, abraçados, nem me mexo na cama pra não te acordar. Não. Sou eu quem não quer acordar. Estou sonhando. Estou contigo. Te amo. Mas você já dormiu.
Escrevo apenas pra saciar a vontade de preencher o enorme vazio que tá aqui dentro. Se é que pode estar vazio um coração tão cheio de amor. Nem aqui fora tá vazio. Tem você em cada canto, em cada comodo, em tudo. Por isso, insisto em cuidar do teu caos mesmo sabendo que tem alguém cuidando dele. É como se eu tivesse parada no tempo. Tua confusão que me encantava, ainda me faz continuar sempre de pé. Eu paro e você continua, mesmo com todos meus esforços. O que importa é te ver bem, te trazer um pouco de paz, te dar o que você não tem. Mas qualquer outra pode fazer isso também, não é mesmo? Mas eu amo você e não sei não amar. Nem desamar. Muito menos esquecer. Te amo.
Difícil demais ser eu mesma. Compreensão, paciência, tolerância... lágrimas, tristeza e sofrimento. Você entende, defende e se entrega. Tão tola e ingênua. Vê tudo e não diz nada. Se incomoda e se conforma. E ninguém se importa.
Não se engane. Não falo de amor. São idas e vindas de dor. Dor física. Dor na alma. Crises e mais crises. Dor. Que corta, fere, dilacera. O corpo já está cansado. O sorriso quase apagado no canto da boca. Dói. A saúde frágil. O coração frágil. A sensibilidade exagerada. Respira, menina! Eu sei que dói, mas respira. Triste sentir dor até pra respirar. Você suporta a dor de perder um amor, mas não suporta outra dor. Respira, menina! Vai passar, vai passar... Respira, faça uma pausa e se prepare... pra mais uma dor.
Não está faltando inspiração, nem histórias ou acontecimentos. Não faltam palavras, nem vírgulas ou interrogações. Não. Falta a coragem de voltar, de expor a essência. De ser. Ser. Ser. Sou? Ainda sou? Ainda estou. Ainda sinto. Esse tal tempo que resolve tudo é sempre lento comigo. Eu espero. E amo. Pacientemente.
Ele vai te admirar pelo cheiro do teu perfume, vai te admirar pelo jeito que você faz questão das mãos dadas na hora de sair, na hora de dormir. Vai querer ter você para ele porque conheceu seu gênio e é bem diferente do dele. Gostou.
Vai querer ter você porque naquele dia de domingo à tarde ele quis mudar o canal e você disse “deixa no jogo mesmo, amor” e gritou palavrões contra o juiz o jogo todo. Ele vai te querer ao lado porque você diz quando não gosta da cor da camisa dele. E elogia dizendo “adoro quando você veste azul”.
Vai querer ter você na cama porque a química é linda. Encaixe. Vai olhar para você durante teu sono e desejar não te deixar porque é nesse momento que ele se sente completo. Vai desejar permanecer para te fazer feliz porque depois de te conhecer ainda mais ele sabe que você merece. Vai fazer questão do teu peito no dele. Vai te apresentar para a família e dizer “eu a quero comigo e com vocês”.
Vai te querer porque você tem coragem. Porque diz depois do cinema “odiei esse filme, mas adorei estar com você, amor”. Ele vai te querer porque diferente da maioria você causou nele um turbilhão de sensações, e quando ele se deu conta era você por toda parte que ele via e queria o tempo todo. Vai te querer por perto porque você faz um bem danado a ele até quando não faz nada. Presença.
Vai te querer porque nos dias em que ele está cansado do trabalho, da academia, da vida, você o olha nos olhos e diz “deita aqui no meu colo, amor”, e faz cafuné. Ele leu um rascunho do livro que você diz querer terminar de escrever e pensou “ela escreve com a alma”. Sorriu.
Ele vai te querer porque acha fascinante essa mulher batalhadora e inteligente que você é. Vai te querer porque mesmo com os dias cheios você não esquece da dose de carinho diário. Ta ali sempre, pra ele. Ele sabe e sente isso. Vai te querer porque você não o sufoca, mas não deixa de abraçá-lo. Vai te querer porque depois de te querer pela tua beleza exterior ele tem certeza que você é muito mais do que só isso.
E no meio de tantos detalhes você se esqueceu do quanto é uma mulher apaixonante. E agora? Agora ele não imagina mais os dias sem você por todos esses motivos, e porque depois de conhecer à tudo isso ele percebeu que já era amor.
E um dia ela percebe que queria ter mais tempo. E que a vida, mesmo sofrida, dolorida, pode ser boa. Percebe que a despedida não é nada contente e que dar adeus é algo que nunca se aprende. Percebe também que muitos riscos ainda não correu e que a lua cheia é tão linda que gostaria de vê-la nascer mais vezes. Percebe que não sabe como contar aos amigos a verdade sobre si e que não contar é sofrer sozinha. E um dia ela percebe que não sabe se é menina ou mulher, que não sabe o que quer. Percebe que as palavras nem sempre dizem tudo e que silêncios também são vazios. Enfim, ela percebe que queria ter mais uma chance de recomeçar, mas que coragem... já não há.
“A gente podia se enxergar na rua, nos muros descascados, nas flores meio pisadas, escondidos no meio da multidão. Em tudo, a gente era capaz de se lembrar. E pra qualquer um que via de fora, era um romance mais que desejável. Um romance mais que encantador. Mas eu daria uma bala de prata para quem descobrisse o quanto era difícil. E meus coração aos prantos, a quem me ajudasse a dormir sem sonhar. Pois até em sonhos, a gente se lembrava. Eu tinha dúvidas se ainda sabia ser eu. […] Sem enxergar os canteiros de flores miúdas, sem me importar com o horizonte que escurecia e clareava como uma piada sem sentido. Eu tinha pavor de não saber viver sozinha. Eu me queria de volta e sabia que era para nunca mais. Eu e a poesia. Mas ninguém percebia.”