segunda-feira, 21 de abril de 2014

Despetalando a última rosa


O choque. A desesperança. A morte. 


Amor. Sentimento puro, inocente. 

Após tantas chicotadas, tantos maus tratos, ele ainda resiste. Até quando?
E se perder a pureza? Deixa de ser amor?
E se for? E se for? E se... 
Mágoas acumuladas, empilhadas. Não. Não as guardo.
Amar não dói. Dói a falta, a ausência, o descaso, a dúvida. Amar não dói.
Por dentro nada inteiro. Somente cacos. Desintegrando aos poucos. Estava. Agora não mais. Não resta nada. Sangue. Os cacos perfuraram tudo. Agora sangro. Hemorragia  de sentimentos recusados, negados.
As pétalas das rosas caem, mas permanecem pétalas de rosas, permanecem belas. Até mesmo após secarem, permanecem belas, encantam, algumas até perfumam.
Não sou flor. O que permanecerá? Algo permanecerá?
Talvez as pupilas dilatadas e rosto coberto de lágrimas.
A catástrofe e o fascínio do quarto escuro, do medo, do corpo e da mente entorpecidos pelo álcool. Desencanto. Desespero. Explosão. 
Fui derrotada pela dor que me causei. Pela dor que me permiti sentir. E agora mais nada.
A respiração para. O pensamento para. Me afogo no amor que sinto. Me perco na tentativa de sumir.
Me encontro presa no mesmo quarto de onde fugi.
Você não pode me salvar. Já morri.
E quando chegar, não estarei mais aqui.






Nenhum comentário:

Postar um comentário