Quando um homem me pergunta se sou solteira, respondo sim. Mas meu sim, significa apenas que sou solteira, e não que estou tentando deixar de ser. Meu sim não significa que vou passar o número do meu celular ou que vou aceitar um convite para sair. Não sou contra relacionamentos. Gosto de namorar. Mas não vejo necessidade de estar com alguém só para manter um status. Eu preciso gostar para estar com alguém. E no momento, estou gostando de mim. Estou a procura da minha paz. Não me estresso se as unhas estão horríveis e quando quero, passo o mês inteiro usando esmaltes vermelhos. Passo a tarde inteira assistindo filmes que só gosto de assistir sozinha, ligo para amigos para comentar as séries que acompanho, e convido para ir ao cinema comigo quem eu quiser. Saio de casa com a primeira roupa que encontrar e sem ao menos olhar no espelho ou fico horas me produzindo. Em certas noites frias, faço um chá de hortelã e nada me tira de casa, em outras, troco tudo por um vinho gelado com os amigos. Adoro dizer não friamente quando recebo cantadas inconvenientes, mas me derreto quando ouço a voz daquele príncipe. Converso sobre todos os assuntos, mas me calo quando acho necessário. Fico dias sem comer ou como sem parar. Sou estranha e exagerada. Gosto de bandas que quase ninguém conhece e de livros que quase ninguém leu. E às vezes choro, com as músicas e com os livros. Deixo o ventilador ligado e me escondo debaixo do edredom. Em meio a tanta tecnologia, me atrapalho toda com aparelhos eletrônicos. Sou assim, complicada, confusa, romântica e louca. Dizem que tenho o dom de transformar qualquer homem sério em cafajeste, mas só quero transformar minhas tempestades em uma doce tranquilidade. E ser feliz. Porque eu mereço.
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