quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Depois dos 30


Ser mulher, sem deixar de ser menina. Ser flor, sem perder os espinhos.



Já comecei muitas coisas que nunca terminei. Já compliquei o que era simples. Já confundi agora com para sempre. Supervalorizei coisas e pessoas que não tinham valor nenhum. Vivi cada fase com intensidade. E nessa viagem, não carrego arrependimentos. O que disse, o que fiz, pensei, ouvi, fazem parte de quem sou e de tudo que aprendi.
Moro sozinha, trabalho, mantenho a casa organizada, minhas plantas vivas e não deixo faltar água na geladeira. Gosto de ficar sozinha e de cozinhar para os meus amigos. Amo maquiagem, mas vivo muito bem sem ela. Dificilmente termino o mês no vermelho. Não compro o que não preciso. Evito pessoas desagradáveis e sabores amargos. Sei quando recusar mais uma dose e voltar pra casa mais cedo, mas amo visitas que trazem vinho. Salto alto é indispensável, mas a sensação de andar descalça pela casa também. Meu cabelo já foi de todas as cores, mas descobri que amo ser morena. Cheguei aos trinta sem secador de cabelo, alisantes ou progressivas, e nunca me fizeram falta. Detesto academia, mas fortalecimento muscular é recomendação médica e vou ter que encarar após a cirurgia. Não fujo mais das cores e meu guarda-roupa não é mais todo preto, embora um pretinho  básico nunca falha. Aprendi que ninguém vai me amar mais se eu tiver cinco quilos a menos, mas rejeitar uma noite de gordices com os amigos pra não engordar faz muito mal. Não tento impressionar ninguém tentando ser quem não sou. Encontrei um certo equilíbrio pra minha ansiedade e as vezes, até consigo dormir. Consigo passar um dia inteiro sem reclamar. Aprendi a receber elogios e a excluir contatos desnecessários da agenda do celular. 
Acho que floresci.
Continuo sendo dramática, exagerada e intensa. E meus sonhos continuam bem maiores que eu. Ainda me distraio com as borboletas e com o beija-flor. E suspiro quando recebo uma poesia no meio da noite. Enfim, a sensibilidade continua a flor da pele, a fragilidade é que está desaparecendo.


Ser essência, muito mais...

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