quarta-feira, 16 de julho de 2014

E a princesa sonhou

No meio de um pesadelo em que se encontrava a vida real da doce princesa, ela conseguiu adormecer e sonhar. 


A noite estava fria. Tão fria quanto suas mãos. E ela estava ali, de pé, frente a frente com o seu amado príncipe, no mesmo lugar onde eles costumavam estar todas as noites anteriormente. O céu estava lindo, tão lindo quanto o amor que os dois ainda sentiam um pelo o outro. Eles se olhavam, as mãos se uniam, e sem conseguir controlar seus movimentos, se abraçavam. Aquele abraço apertado que aquece, protege, envolve. Por mais que pensassem em o que seria certo ou errado, era o abraço que sempre ganhava. Ele tocava seu rosto, elogiava seus encantos e a decifrava com seu olhar. Ela, ela simplesmente o amava. Ela o amava com toda a sua alma e já não falava por si mesma, era o amor que conduzia seus gestos, suas palavras. Ela era todo amor. E ele, seu amado. A despedida se prolongava porque ambos não queriam se afastar. Queriam parar o tempo. Só por mais alguns minutos. Mas o tempo não parou. Nem o amor e o desejo que eles sentiam. E não puderam evitar as lágrimas. Mais uma vez estavam ali, no mesmo cenário em que tantas vezes se despediram para mais uma vez dizerem adeus. As mãos não se soltavam, as palavras certas não eram pronunciadas. A princesa tremia por dentro e mal conseguia respirar. Então, mais uma vez eles se olharam e num gesto inesperado, ele a beijou. E ela pode sentir o gosto doce do amor que ainda havia nos lábios dele. Lentamente as mãos foram se soltando, os corpos se afastando e ele partiu. Partiu deixando saudade e aquele sorriso de canto que tanto o encantava.
A princesa abriu os olhos. O sonho havia acabado. Sonho. Devaneio. Delírio. Não importava que nome definia. Ela acordou com o gosto dele em seus lábios e o cheiro dele em sua lembrança. Se sentiu abraçada, amada e novamente adormeceu.

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