sábado, 12 de julho de 2014

Histórias repetidas


Sentei embaixo de uma árvore, para ler enquanto esperava o ônibus. Bem perto, o que pensei ser um lindo casal, conversava enquanto aproveitavam a sombra da mesma árvore. Costumo me entregar a leitura e não ver mais nada ao meu redor, mas os jovens pareciam ter tanto afeto que a conversa deles não apenas me chamou a atenção, me emocionou. Eles tinham as mãos entrelaçadas e se olhavam com um brilho lindo e choravam. Sim, choravam. Ela tem um namorado e ele era o ex. Ele queria mais uma chance e ela manter a amizade. Enquanto acariciava o rosto dele dizia o quanto o amava e o quanto ele era importante, era o confidente, o amigo, o porto seguro e afirmava que o que eles sentiam duraria mais que qualquer relacionamento que eles viesse a ter com outras pessoas. Ele ouvia e aceitava, mas dizia a ela que seria muito difícil essa amizade, esse amor que ela sentia resistir e sobreviver, pois nenhum namorado aceitaria. Se abraçavam e choravam. A presença de ninguém naquela praça os incomodava. Estavam conectados. O ônibus chegou. Não quis olhar para eles novamente. Não queria me despedir daquela cena triste. Preferi ir embora imaginando que de algum modo eles ficariam juntos e que tudo ficaria bem. Não quero pensar em outras histórias com o mesmo fim que a minha. Que todos possam viver um amor que dure a eternidade. E que sejam felizes.

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