terça-feira, 1 de julho de 2014

Eu já passei da validade



Eu exalo todos os dias por meus poros, toneladas de sensações desesperadas para invadir o mundo extrínseco da alma e engulo milhares de litros de lástimas que fui obrigada a enfrentar no dia-a-dia. Meu interior está se decompondo, enquanto cada vez mais carcomas penetram em meu cerne e corroem aquilo que se põe em seu caminho. Estou caindo aos pedaços. A cada passo que dou deixo para trás uma infinidade de emoções que um dia pensei que fossem eternas. Eu bebo dor pra não secar a poesia; eu choro rancor pra não transbordar meu vácuo; eu vomito amor pra não engasgar com as borboletas. Sou um emaranhado de células mortas, meu prazo de validade venceu há anos. Minha alma vaza e ninguém vê. Os textos que escrevo só expelem insanidade e os poemas que tenho só rimam com dor. Porque no escuro são todos cegos, mas no claro só enxergam o que querem. ninguém me enxerga. As lágrimas que choro são de ácido sulfúrico, e meu corpo dissolve. Estou bêbada de tanto egoísmo e sóbria de empatia. Eu transbordo; eu me afogo. Ninguém vê. Eu sou caos por completo e loucura integral. meu casco é de ferro, mas meu núcleo é de papel. 

Fonte: singrar.tumblr


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