terça-feira, 25 de novembro de 2014

Cotidiano


Todos os dias eu brigo com nossas memórias que insistem em permanecer espalhadas pela casa. Até penso em rasgar as cartas, desenhos e bilhetinhos, mas acabo lendo e relendo por horas. Deixo o porta retrato de castigo olhando pra parede, depois fico com pena e coloco de novo no lugar. As vezes ele se esconde na minha gaveta, mas eu sempre acho. Me espalho pela cama pra não deixar lugar pra você, mas não consigo e volto pro meu canto. Vou até a cozinha preparar um cappuccino, e quando percebo, já fiz dois. Todo dia é assim. Uma confusão dentro de mim. Um insuportável amor sem fim.

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